segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Não desistas de mim


A porta fechou-se contigo
Levaste na noite o meu chão
E agora neste quarto vazio
Não sei que outras sombras virão
E alguém ao longe me diz

Há um perfume que ficou na escada
E na TV o teu canal está aberto
Desenhos de corpos na cama fechada
São um mapa de um passado deserto
Eu sei que houve um tempo em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos
Voamos pelas ruas que fizemos céu
Somos a pele um do outro

Não desistas de mim
Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora

Ainda sei de cor o teu ventre
E o vestido rasgado de encanto
A luz da manhã e o teu corpo por dentro
E a pele na pele de quem se quer tanto

Não tenho mais segredos
Escondi-me nos teus dedos
Somos metades iguais
Mas hoje só hoje
Leva-me para onde vais
Que eu quero dizer-te

Não desistas de mim
Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora

E não desistas de mim
Não te percas agora

Pedro Abrunhosa

Quero-te





Quero-te





Que vá para o inferno todo o passado





Que dele guarde a lição de um viver esquecido





Quero-te





Que rasteje o mal e me sirva a liberdade





Que vá embora a escuridão e venha até mim a luz





Quero-te





Que arda nas chamas todo o meu sofrer





Toda a mágoa e dor que me corroi por dentro





Quero-te





Que a vida me ensine a me libertar das amarras,





e que vá em pleno correr até ti





Quero-te





Que deixe estas lágrimas de fazer sentido





Que a teu lado encontre uma vez mais um sol lindo de Outono





Quero-te