segunda-feira, 26 de abril de 2010

Resposta

Esta é sem dúvida a melhor resposta que me deram até hoje. E sinto pela primeira vez, um pouco de mim referido e compreendido em alguém...É mais uma alma que como a minha tende a seguir aquilo que acredita, apesar de permanecer sempre na dúvida do vazio que a persegue... E finalmente sinto-me minimamente normal, no meio de tanta confusão e pretextos sem nexo, que minha alma tende em ter. É difícil mesmo assim sentir-me bem com este leve reflexo que vejo projectado... Pois se tu me compreendes, é porque és também mais uma alma perdida... Ou então foste-o outrora... Num passado presente entre as mil e uma vidas que permanecem em silencio... Aquelas que nos acompanham e nos privilegiam com sua presença inoportuna a assombrar nossas vidas.


"Esse vazio de que falas, vil sombra que te arrasta ao precipício, é-me familiar no eu desconhecido. Não conheço os contornos do seu rosto vergado, mas reconheço o arrastar dos seus pés por entre as quebras das folhas de Outono. Esse vazio caminha ao meu passo, sem eu conhecer o destino, porque queremos ser tudo, quando nos sentimos quase nada.

Gostaria de ser apenas rio, com trajecto traçado e definido, pois esse não sente, não sofre, É apenas rio. E que não digam que tem alma, porque é de quem não entende nada de rios. Um rio é um rio, assim como as suas pedras ou as suas margens.

Alma tenho eu, entregue aos diabos da vida, num trajecto de Deus. Puta que pariu! Não sou rio. Será que os outros entendem isso? Tal como tu procuro a terra molhada onde, descalço, possa beijar o céu, bem atrás destas montanhas. Hoje, depois do Mcdonalds, falamos de relações, de como temos que ser únicos, mesmo sendo iguais.

Cada batata com o seu comprimento de vida, mesmo numa essência fast-food. Bebemos à palhinha uma cola de considerações até o copo ficar vazio de estranhezas perpétuas. Eu reconheço esse vazio de que falas. Mesmo em metade, reconheço-o."

F.L.


05-10-2010

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